OLHAR URBANO
Protesto contra a presença de Sarney na AMAN.
O professor doutor Luiz Carlos Jacob Pereira – Major R1 do EM e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, mandou ontem(17/08) um e-mail contundente ao General Edson Leal Pujol, comandante da Academia Militar das Agulhas Negras.
Confira a íntegra do texto:
Gen Bda EDSON LEAL PUJOL,
“Como se sentiria Osório sabendo que Sarney é o homenageado de honra na entrega dos espadins aos cadetes da Turma que homenageia o bicentenário de seu nascimento?
Certamente diria como eu: "Repudio a presença de Sarney como convidado de honra na solenidade de entrega do espadim aos Cadetes da AMAN".
Podemos começar discutindo o que é um "convidado de honra". Alguém que nos honra com sua presença? Alguém cuja dignidade merece o nosso respeito? Alguém que nos dá exemplo de coragem, de virtude e de probidade?
Nós, pessoas maduras que buscam a informação isenta, sabemos que Sarney não representa nada disto. Ao contrário, é o exemplo de tudo aquilo que ojerizamos, que nos causa repulsa e desprezo. De tudo aquilo que gostaríamos de ver riscado e definitivamente apagado da nossa história política, por nos causar vergonha ante o povo brasileiro e a comunidade internacional.
Nós, Oficiais do Exército, ficamos extremamente envergonhados ao saber que colegas nossos, que deveriam estar comprometidos com a formação do caráter dos atuais Cadetes e futuros Oficiais do nosso Exército, vêm a público convidar Sarney como homenageado de honra.
Quem lhes deu autoridade para ignorar todos os crimes contra a honra e a dignidade cometidos por este político vendilhão da Pátria?
Que a classe militar ignore, que não proteste, que aguarde os efeitos tardios de nossa justiça, até admite-se, por imposição de uma Lei Maior, mas apologizar essa figura como exemplo para nossa juventude é um crime contra os princípios éticos e morais de uma Nação.
Em nome da vergonha e da honra, retire esse convite e restaure a credibilidade da classe militar. Caso isto não aconteça, confesso 0que ficarei envergonhado de tê-lo como companheiro de farda, pois tal atitude compromete a conduta de uma classe que deve ser exemplo de abnegação, conduta ilibada e baluarte moral da Nação”.