quarta-feira, 17 de março de 2010
MARIA
OLHAR URBANO
S.O.S.MARIA
Debaixo de um tronco de arvore, cheio de formigas, no sol e na chuva ela fez sua morada.
No mês de comemoração ao centenário do Dia Internacional das Mulheres, ela repousa sobre sua dor, talvez, nem tenha dor, sorri seu riso disfarçado de alegria e envolta em abandono ela é mais uma MARIA, a fazer parte de nossa rotina, fica na frente da Biblioteca Publica Elcyr Lacerda no centro da cidade de Macapá, tendo a companhia de um saco, tornou-se a MULHER DO SACO.
Milhares de pedestres passam ao seu lado, e ela, virou mais uma MARIA comum, sem referencia, sem lar e sem vestuário. Quem vai ao centro nem se importa de saber se ela sofre se tem fome ou se tem família, ela é mais uma MARIA na estatística da violência urbana, não física, mas, MORAL.
Onde estão às políticas publicas para as MULHERES como a nossa MARIA, suja, abandonada e sem lar?
Onde está a referencia do Centro de referencia a Mulher que fica perto de onde nossa Maria escolheu para morar?
Ele se localiza na rua São José esquina com avenida FAB.
MARIA não é uma MULHER verbal, nem usa palavras para nos machucar, tem semblante de uma heroína, e olhos da cor de mar, mas, seu estado corta corações, ela escolheu um centro de lirismo, postou-se em frente a Biblioteca Publica de Macapá. Um centro de poesia e conhecimento, a vida de nossa MARIA também tem poemas de dor e abandono.
Onde está o Ministério Publico da cidadania?
Talvez para muitos nossa MARIA nem seja cidadã.
MARIA abandonada a própria sorte, na chuva e no vento, ao lado do Padroeiro São José, que nesses dias que antecedem sua comemoração, que ele possa olhar para ela e abençoá-la.
Onde estão as políticas publicas de apoio ao portador de transtorno mental?
Talvez se alguma autoridade resolvesse ter um filho aos 45 anos, e se ele nascesse com síndrome de Dawn, ele teria uma maior sensibilidade com a nossa MARIA.
Onde está a comissão dos Direitos Humanos da OAB? Este sim, seria um caso para a comissão se debruçar com mais critério e respeito.
E assim, no centenário de comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a nossa MARIA continuará abandonada por outras tantas Marias, Joaquinas, Celias, Marilias e Ester...