OLHAR URBANO
terça-feira, 1 de setembro de 2009
HAMBURG
HANSJURGEN
OLHAR URBANO
ESTOU EM HAMBURG
Estou em Hamburg para uma semana de atualizaçao em ARTE com o ARTISTA PLASTICO
HANS JURGEN HAASE, completo em todos os movimentos, vai do pastel a arte em acrilica, passando pela tecnica de oleo sobre tela, aquarela, art grafica,
Vim trazer minhas obras para ele analisar e criticar como expert em ART.
RECEBI DO ARTISTA PLASTICO HANS JURGEN dois presentes especiais, um ANJO PROTETOR E UMA OBRA DE ARTE EM LALIQUE, PURO CRISTAL.
HAMBURG
OLHAR URBANO
ESTOU EM HAMBURG
Estou em Hamburg para uma semana de atualizaçao em ARTE com o ARTISTA PLASTICO
HANS JURGEN HAASE, completo em todos os movimentos, vai do pastel a arte em acrilica, passando pela tecnica de oleo sobre tela, aquarela, art grafica,
RECEBI DO ARTISTA PLASTICO HANS JURGEN dois presentes especiais, um ANJO PROTETOR E UMA OBRA DE ARTE EM LALIQUE, PURO CRISTAL.
HAMBURG
FABRICIO
OLHAR URBANO
A MORTE DE UM BOM GAROTO
João Silva
Curta como a sofreguidão de um beijo de despedida; foi assim a passagem entre nós do garoto Fabrício Leal cujo amargo destino só agora me encorajo a comentar, passado algum tempo da tragédia que marcou aquele domingo de verão...
Um passeio de jet boat no Matapi, uma lancha sem iluminação surge como um raio entre as primeiras sombras da noite e atropela o jet boat, fere gravemente um dos seus passageiros e a morte de um bom garoto na manhã do dia seguinte, vítima de traumatismo craniano!
Menos Fabrício, os demais ocupantes do jet boat escapam milagrosamente; um dos sobreviventes diz que ficara a impressão de que a lancha passara por cima do jet boat, tal a violência e rapidez com que ocorrera a colisão que poderia ter causado outras mortes.
Apesar do esforço e competência dos médicos, o garoto de olhos verdes parou de respirar; foi com ele o amigo prestativo, o companheiro que acordava de madrugada para ajudar o tio, pai, ídolo a despertar a cidade no rádio antes que o sol chegasse para iluminar os quintais do Brasil.
Em um dos seus poemas Mário Quintana diz que vidas que se apagam mal desabrocham, são anjos que Deus chama para enfeitar o céu que não pode perder a graça. Fabrício tinha 24 anos, saúde, sonhos para viver mais 15, mais 24, mais 30, quem sabe. Estava estudando, trabalhando, tinha a vida a sua frente, intensa, alegre, promissora.
Ali, meio a meio com a tristeza profunda, a morte desse garoto despertou curiosidade geral: todo mundo querendo saber o que teria precipitado a violência que o levou do nosso meio. Foi uma fatalidade? Foi uma irresponsabilidade? A colisão foi intencional ou acidental, o que é que de fato aconteceu naquele fim de tarde?
Tem gente que acha que chorar basta, que a solidariedade dos amigos conforta nessas horas; que é melhor aceitar os fatos, e pronto. A gente sabe que não é fácil indignar-se em um País em que a impunidade campeia, em que a justiça é cara e lerda. A busca do direito usurpado no Brasil infelizmente exige coragem e paciência.
A morte do Fabrício chocou a nossa família, os amigos, a sociedade não se conforma. Sei que isso não vai ressuscitar o “Louro”, como a ele se referiam alguns amigos do rádio, mas pode ajudar a evitar outras tragédias, evitar luto e tristeza onde deveria prevalecer lazer desfrutado com responsabilidade.
O que se quer agora é esclarecimento, é apuração dos fatos, por que não? O Fabrício merece, os familiares merecem, o povo do Amapá exige uma explicação. Afinal de contas, outros jovens cheios de vida poderão ser atraídos também para um inocente passeio de jet boat num domingo de verão - que mal há nisso?
Nenhum risco aparentemente, mas muitos na verdade, se não houver regras de segurança, se a fiscalização for negligente, se não for capaz de prevenir abusos ou excessos como pilotar uma lancha de 19, de 29 pés que seja, ou um jet boat sem a sobriedade e o preparo necessários.
O verão, o rio convidativo, bebida fora de controle e a tragédia logo ali, por que essa mistura é traiçoeira, essas coisas não combinam com a escuridão dos rios, com a ausência de fiscalização, com a falta de respeito pela vida dos outros nestas e nas férias do ano que vem. Portanto, a morte do Fabrício Leal tem que ser apurada, SIM!
É que as informações sobre episódio que culminou com a morte inesperada e trágica do jovem produtor são conflitantes, mas reveladoras também. Complicam os condutores da lancha e do jet boat, envolvidos em outros eventos parecidos, uns por conta de questão pessoal entre eles, outros por atitude perigosa na condução dos seus equipamentos. São indícios que precisam ser levados em conta pela investigação.
No mais é imaginar que o Fabrício Leal tenha sido levado para um bom lugar, imaginar que aonde quer que esteja não queira que outros jovens como ele percam a vida tão tragicamente, mesmo que seja para enfeitar o céu, na lírica visão do poeta Mário Quintana, ou para que tenhamos que refletir diante desses fatos que nos entristecem, já que “Vão-se os sonhos nas asas da descrença, voltam os sonhos nas asas da esperança”, para lembrar outro poeta, Augusto dos Anjos.
Esperança de que aprendamos com os rios que nos cercam, onde morremos um pouco todos os dias com tragédias que atingem nossos parentes, matam nossos amigos, colocam em risco brasileiros anônimos viajando ou fazendo lazer na imensidão amazônica! As razões passam pela ausência do Estado, pelo empresariado inescrupuloso, pela precariedade da fiscalização exercida pelo poder público.
Não que um escriba careta queira impedir o amazônida de ir e vir, os moços de viverem a vida, de desfrutarem o doce desse espetáculo que é estar aqui, mas o País tem lei e ninguém pode ficar acima da lei numa sociedade democrática em que, casos como do garoto Fabrício Leal e outros tantos têm que ser apurados, doa a quem doer.
Perdi um ente querido, um sobrinho atencioso, no meu caso; o J.Ney perdeu o braço direito, um filho, um produtor atento, um punhado da alegria que levava para o rádio todas as manhãs. Estamos na expectativa de que a apuração dos fatos aflore a verdade e faça justiça, condenando os culpados pela tragédia do Matapi.
Aí sim, sem a angústia das dúvidas que nos consomem vamos poder virar a última página dessa história de horror, vamos tentar esquecer a morte de um bom garoto.
A MORTE DE UM BOM GAROTO
João Silva
Curta como a sofreguidão de um beijo de despedida; foi assim a passagem entre nós do garoto Fabrício Leal cujo amargo destino só agora me encorajo a comentar, passado algum tempo da tragédia que marcou aquele domingo de verão...
Um passeio de jet boat no Matapi, uma lancha sem iluminação surge como um raio entre as primeiras sombras da noite e atropela o jet boat, fere gravemente um dos seus passageiros e a morte de um bom garoto na manhã do dia seguinte, vítima de traumatismo craniano!
Menos Fabrício, os demais ocupantes do jet boat escapam milagrosamente; um dos sobreviventes diz que ficara a impressão de que a lancha passara por cima do jet boat, tal a violência e rapidez com que ocorrera a colisão que poderia ter causado outras mortes.
Apesar do esforço e competência dos médicos, o garoto de olhos verdes parou de respirar; foi com ele o amigo prestativo, o companheiro que acordava de madrugada para ajudar o tio, pai, ídolo a despertar a cidade no rádio antes que o sol chegasse para iluminar os quintais do Brasil.
Em um dos seus poemas Mário Quintana diz que vidas que se apagam mal desabrocham, são anjos que Deus chama para enfeitar o céu que não pode perder a graça. Fabrício tinha 24 anos, saúde, sonhos para viver mais 15, mais 24, mais 30, quem sabe. Estava estudando, trabalhando, tinha a vida a sua frente, intensa, alegre, promissora.
Ali, meio a meio com a tristeza profunda, a morte desse garoto despertou curiosidade geral: todo mundo querendo saber o que teria precipitado a violência que o levou do nosso meio. Foi uma fatalidade? Foi uma irresponsabilidade? A colisão foi intencional ou acidental, o que é que de fato aconteceu naquele fim de tarde?
Tem gente que acha que chorar basta, que a solidariedade dos amigos conforta nessas horas; que é melhor aceitar os fatos, e pronto. A gente sabe que não é fácil indignar-se em um País em que a impunidade campeia, em que a justiça é cara e lerda. A busca do direito usurpado no Brasil infelizmente exige coragem e paciência.
A morte do Fabrício chocou a nossa família, os amigos, a sociedade não se conforma. Sei que isso não vai ressuscitar o “Louro”, como a ele se referiam alguns amigos do rádio, mas pode ajudar a evitar outras tragédias, evitar luto e tristeza onde deveria prevalecer lazer desfrutado com responsabilidade.
O que se quer agora é esclarecimento, é apuração dos fatos, por que não? O Fabrício merece, os familiares merecem, o povo do Amapá exige uma explicação. Afinal de contas, outros jovens cheios de vida poderão ser atraídos também para um inocente passeio de jet boat num domingo de verão - que mal há nisso?
Nenhum risco aparentemente, mas muitos na verdade, se não houver regras de segurança, se a fiscalização for negligente, se não for capaz de prevenir abusos ou excessos como pilotar uma lancha de 19, de 29 pés que seja, ou um jet boat sem a sobriedade e o preparo necessários.
O verão, o rio convidativo, bebida fora de controle e a tragédia logo ali, por que essa mistura é traiçoeira, essas coisas não combinam com a escuridão dos rios, com a ausência de fiscalização, com a falta de respeito pela vida dos outros nestas e nas férias do ano que vem. Portanto, a morte do Fabrício Leal tem que ser apurada, SIM!
É que as informações sobre episódio que culminou com a morte inesperada e trágica do jovem produtor são conflitantes, mas reveladoras também. Complicam os condutores da lancha e do jet boat, envolvidos em outros eventos parecidos, uns por conta de questão pessoal entre eles, outros por atitude perigosa na condução dos seus equipamentos. São indícios que precisam ser levados em conta pela investigação.
No mais é imaginar que o Fabrício Leal tenha sido levado para um bom lugar, imaginar que aonde quer que esteja não queira que outros jovens como ele percam a vida tão tragicamente, mesmo que seja para enfeitar o céu, na lírica visão do poeta Mário Quintana, ou para que tenhamos que refletir diante desses fatos que nos entristecem, já que “Vão-se os sonhos nas asas da descrença, voltam os sonhos nas asas da esperança”, para lembrar outro poeta, Augusto dos Anjos.
Esperança de que aprendamos com os rios que nos cercam, onde morremos um pouco todos os dias com tragédias que atingem nossos parentes, matam nossos amigos, colocam em risco brasileiros anônimos viajando ou fazendo lazer na imensidão amazônica! As razões passam pela ausência do Estado, pelo empresariado inescrupuloso, pela precariedade da fiscalização exercida pelo poder público.
Não que um escriba careta queira impedir o amazônida de ir e vir, os moços de viverem a vida, de desfrutarem o doce desse espetáculo que é estar aqui, mas o País tem lei e ninguém pode ficar acima da lei numa sociedade democrática em que, casos como do garoto Fabrício Leal e outros tantos têm que ser apurados, doa a quem doer.
Perdi um ente querido, um sobrinho atencioso, no meu caso; o J.Ney perdeu o braço direito, um filho, um produtor atento, um punhado da alegria que levava para o rádio todas as manhãs. Estamos na expectativa de que a apuração dos fatos aflore a verdade e faça justiça, condenando os culpados pela tragédia do Matapi.
Aí sim, sem a angústia das dúvidas que nos consomem vamos poder virar a última página dessa história de horror, vamos tentar esquecer a morte de um bom garoto.
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