NUVEM
Esta nuvem que encobre os mortais
Eleva preces
Traduz saudade,
Caminha furtiva
Sobre cidades
Sobre insanos
E desumanos
Sobre desejos
E sonhos vãos.
Esta nuvem tão clara
Torna-se escura
Cristaliza lagrimas
E sorrateira
Desaparece.
Estes humanos
Tão desumanos
Choram suas dores
E suas saudades.
Entre paredes
Entre redomas,
Entre sinais.
Esta nuvem tão clara
Tão cheia de luz
Deveria trazer entre suas asas,
Somente flores.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
HANNE

APENAS ALMAS
Somos, neste mundo, apenas almas,
Caçadoras de sonhos,
Fadadas a eventuais encontros.
Na nossa rota,
Não há sonhos premeditados,
Há, sim, intuição de lindas nuvens,
De doces tardes,
De manhãs festivas.
Como almas, somos diáfanos,
Não existimos aos olhos,
Somos imperfeitas sensações.
Nosso ser, líricas imperfeições sensitivas,
Nos impõe erros de vista, de perspectiva,
Numa traição covarde de nossa mira caçadora.
Queria ser ave, não alma,
Um lindo guará, vermelho-boêmio,
De vôos rasantes, não-patéticos,
Que tivesse, só eu, meu belo lago.
Um belo laguinho, de almas puras,
Cheirosas, e que cultivasse morenas,
Dançando, sem qualquer piedade,
Um permanente ritual mundano.
Voaria, assim, rasante e jamais arribaria,
Seria mais ave, não alma,
Dançaria sendo mais alma, não ave,
E colheria dos jardins morenos todas as rosas.
As minhas penas, vermelho-boêmio,
Nos vôos rasantes,
Cairiam como pétalas errantes
Desprendidas da alma caçadora de um guará em sonho.
Vicente Cruz
Somos, neste mundo, apenas almas,
Caçadoras de sonhos,
Fadadas a eventuais encontros.
Na nossa rota,
Não há sonhos premeditados,
Há, sim, intuição de lindas nuvens,
De doces tardes,
De manhãs festivas.
Como almas, somos diáfanos,
Não existimos aos olhos,
Somos imperfeitas sensações.
Nosso ser, líricas imperfeições sensitivas,
Nos impõe erros de vista, de perspectiva,
Numa traição covarde de nossa mira caçadora.
Queria ser ave, não alma,
Um lindo guará, vermelho-boêmio,
De vôos rasantes, não-patéticos,
Que tivesse, só eu, meu belo lago.
Um belo laguinho, de almas puras,
Cheirosas, e que cultivasse morenas,
Dançando, sem qualquer piedade,
Um permanente ritual mundano.
Voaria, assim, rasante e jamais arribaria,
Seria mais ave, não alma,
Dançaria sendo mais alma, não ave,
E colheria dos jardins morenos todas as rosas.
As minhas penas, vermelho-boêmio,
Nos vôos rasantes,
Cairiam como pétalas errantes
Desprendidas da alma caçadora de um guará em sonho.
Vicente Cruz
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