OLHAR URBANO
Macapá-AP, 14 de fevereiro de 2010.
Neca Machado, veja aí .
Tomei conhecimento através de minha amiga Neca Machado – a quem quero mandar um cordial abraço, por ser uma pessoa preocupada com o social – de um CD com duas músicas interpretadas pelo cantor Finéas que retrata exatamente, em gênero número e grau, a realidade do Estado do Amapá. Li também no seu blog, inclusive com a letra das músicas, onde se observa, com os detalhes da letra, a dimensão de um estrago que a administração (desgoverno) vem causando nestes sete anos para o povo do Amapá.
Digo isso porque, além das músicas, um vizinho meu (chamado Manoel) me procurou desesperado e disse-me que estava ficando cego e não havia consulta para oftalmologista e ele, sem recursos financeiros, FICARIA CEGO, não tinha para onde correr. Outro cidadão, em tom de desespero, ligou para um programa de rádio – desses imparciais que divulgam as denúncias – dizendo que o hospital Alberto Lima está o caos. E assim vai. Existem denúncias escondidas do Hospital de Emergências e no CEI. Escândalo na maternidade Mãe Luzia. E por aí a fora...
Esse estrago todo é abafado pela maioria da mídia local que, compromissada com os donos do poder, jamais divulga a verdade, enganando a população. E o mais perigoso é que o que essa mídia divulga, da conta de que aqui é um paraíso. Diz que o povo do Amapá passou estes anos tão bem, mas tão bem mesmo, que até pedem para continuar tão bem. Continuar no paraíso por mais 04 anos, e mais 04, e mais 04...
Li recentemente num jornal local, um certo “cidadão”, falando que a saúde do estado é de primeiro mundo. Já divulgaram anos a fio que a saúde tinha até tele consulta (o paciente não precisaria sair de cada para marcar uma consulta, precisaria apenas de um telefone e ou de uma internet – mas esqueceram de prever que muitos, a maioria do povo pobre, não disponibiliza de tanta tecnologia assim. E mais não tem disponível todas as especialidades e nem médicos para atender o paciente. São meses para uma consulta.
Outro foi no rádio e falou, para respostar uma denúncia de caos na saúde publica de que o Amapá tem um serviço de cardiologia eficiente e até o de alta complexidade. Mas isso é tão fabuloso como enganação que os donos do poder se deslocam para São Paulo para buscar atendimento para seus familiares. Aí vem pergunta. Porquê, se aqui tem, não procuram o sistema de saúde de primeiro mundo do Amapá? É sinal claro e evidente que tudo é enganação.
Mas adiante, nos outros direitos do cidadão, tudo é a mesma enganação (a realidade é o que está contida nas músicas). Falta luz no Oiapoque e a dengue está tomando conta da cidade (li num jornal). Falta água em Macapá (também li numa reportagem de capa do Diário do Amapá, de 12 FEV 10). E assim vai. É tanta enganação – ESSA FOI UMA EXCEÇÃO. É tanta mentira que o povo, o pobre povo, não sabe mais compreender como está, na realidade, o Amapá.
E se não bastasse tanto sofrimento, enganam mais o povo – dizendo que geram empregos – mas o que se vê, na realidade, é tudo enganação. Inclusive já me reportei em defesa dos EMPRESÁRIOS E TRABALHADORES DE LAVAGEM DE CARRO, no artigo EMPRESÁRIOS E TRABALHADORES TRATADOS COMO BANDIDOS.
Agora quero defender os pequenos comerciantes – que também estão sendo tratados como bandidos. Eles são os responsáveis por toda a violência gerada no Amapá. Diz a reportagem. Jornal Leia Agora, de 12 de fevereiro de 2010. Capa “OPERAÇÃO 027 – Estabelecimentos comerciais são fechados na zona norte”. Na geral, pag 07 “muitos desses estabelecimentos estavam contribuindo para a proliferação da criminalidade...”.
Já disse e continuarei dizendo que FECHAR não é a providencia mais sensata. O poder público deve sim fiscalizar, mas não com o objetivo de FECHAR. O correto e mais coerente e sensato, na minha visão – COMO ESPECIALISTA EM GESTÃO ESTRATÉGICA EM DEFESA SOCIAL – em virtude da realidade local – FALTA DE EMPREGOS LÍCITOS – é corrigir os erros encontrados (apreensão de medicamentos irregulares; mercadorias vencidas; informação sobre os horários de funcionamento – uma espécie de conscientização do proprietário (do trabalhador)...e mais cobranças e orientações (todas a possíveis), sem FECHAR.
Querem reduzir a criminalidade, dando mais espaço para que a violência e, consequentemente, o crime prolifere. Não é FECHANDO – acabando um empreendimento, inclusive deixando o proprietário e seus funcionários na “rua da amargura” que vai acabar com a criminalidade.
Esses estabelecimentos geram empregos lícitos e trabalho. Emprego lícito e trabalho, geram dignidade. E o com isso, tudo e todos, empresários, trabalhadores, sociedade (que são eles e eu também), ficam mais felizes. E com o ar de felicidades, se exala para todos os ambientes sociais, ou seja, nas casas – famílias – nas ruas, nas praças... e a paz prevalecerá.
Que digam os imigrantes nordestinos que aqui chegam – um abraço de solidariedade a todos eles – que demonstram com suas persistências e suas atitudes, que o trabalho dignifica o homem. Observam-se pela cidade os estabelecimentos comerciais que trabalham em ritmo de 24 horas. É um ritmo que cansa o proprietário e seus empregados (porque o trabalho noturno é mais desgastante) mas leva mais conforto a toda a sociedade (QUEM JÁ PRECISOU DE UM 24 H PARA COMPRAR GÊNEROS QUE NÃO SEJA CERVEJA OU CACHAÇA, SABE A IMPORTÂNCIA SOCIAL QUE OS 24 H PROPORCIONAM A TODOS NÓS). È um erro de estratégia agir repressivamente contra esses estabelecimentos sob a alegação de que vendem bebidas alcoólicas, sem visão holística, ignorando os outros produtos e o serviço social prestado a sociedade.
Eles, os empresários, só querem trabalhar. E trabalham com muito sacrifício – por falta de apoio do poder público – para manter os empreendimentos em dia e na legalidade. São tantos imposto (é até um absurdo de impostos). E o pior eles não sabem que retorno tem esses impostos para sua comunidade ou para seu empreendimento – não têm segurança (assaltos, assassinatos, cárceres privado, etc); muitos gêneros estragam por falta de energia elétrica (quedas, desligamentos, etc); quando adoecem e procuram os hospitais não tem saúde pública (eles têm que pagar médicos particulares, exames, e comprar remédios); o dinheiro não circula no Amapá (sai em forma de expofeira, compra de materiais (carnaval) para São Paulo, Belém e outros, materiais produzidos em outros Estados, como cadeiras escolares, mesas para as secretérias...) . Em fim... E divulgam que os impostos estão sendo bem aplicados e de forma correta.
E os empresários são os responsáveis pelo aumento da criminalidade!!!. É um equívoco de estratégia, repito. Eles são é heróis, junto com seus empregados. Criminoso é o poder público que devia reduzir os impostos cobrados – e sem visível retorno social. Tratar o emprego lícito como uma virtude que dá dignidade a todos os cidadãos e cidadãs. Fiscalizar, para apoiar – sentir os dramas dos assaltos – ajustar os erros (que certamente encontrarão). Em fim, estar de mãos dadas com eles, para protegê-los e fazê-los prosperar e GERAR MAIS EMPREGOS. Essa sim seria a estratégia, que combina com a nossa realidade. É é para isso que o poder público existe. É para dar suporte, coadjuvar com o cidadão de bem em busca de felicidade para todos com a construção de uma de sociedade de SOLI DRIEDADE E PAZ. ESSE SIM É O PAPEL DO PODER PÚBLICO QUE TODOS QUEREMOS E DEVEMOS PERSEGUIR E INCREMENTAR.
TCel CORRÊA
ESPECIALISTA EM GESTÃO ESTRATÉGICA EM DEFESA SOCIAL/UFPA.