Jarbas detona mais uma...
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) prepara um projeto de lei que impede que partidos políticos indiquem nomes para o cargo de diretor financeiro de estatais. O peemedebista disse que sua proposta inclui ainda a necessidade de que o cargo seja ocupado por funcionários de carreira que serão submetidos antes de assumirem as funções à sabatina no Senado.
A sugestão vai ser citada pelo senador durante seu discurso amanhã em defesa da ética e do combate à corrupção. Desde o mês passado, Jarbas está no foco das atenções depois que concedeu entrevista à revista "Veja" criticando o PMDB por manter a prática de corrupção e também atacar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A impunidade é um estímulo para a prática da corrupção", afirmou Jarbas, que ainda não concluiu o texto do discurso, que deve ter de 12 a 15 páginas. "Fico feliz porque o objetivo principal da entrevista [concedida por ele à "Veja"] foi alcançado: as pessoas estavam cobertas de desalento e reagiram. [Como está] o escândalo está incorporado à paisagem."
Depois de atacar o PMDB, o senador foi ameaçado de expulsão e até de processo interno. Mas depois o comando da legenda recuou e optou por amenizar o discurso e evitar os holofotes sobre o episódio. Apesar do recuo de seu partido, Jarbas manteve as críticas e promete amanhã fazer novas provocações no plenário do Senado.
No entanto, Jarbas disse que não citará nomes nem mencionará casos específicos apontados como exemplos de corrupção e nomeações indevidas. De acordo com ele, o objetivo é advertir. "É preciso fazer uma reforma política urgente para tentar resolver tudo", disse ele. "Se a reforma for fatiada não resolve. É necessário definir critérios para fidelidade partidária, sem janela, e cláusula partidária."