Nu Nery ganha prêmio nacional da Caixa Cultural
Peça nortista é a única produção paraense selecionada no edital cultural da Caixa Econômica Federal e será apresentada em Brasília.
A caminho de completar dois anos em cartaz, o espetáculo paraense Nu Nery ganha mais uma importante repercussão nacional. Escrita por Carlos Correia Santos e montada pelo Grupo de Teatro Palha, com direção e encenação de Paulo Santana e produção executiva de Tânia Santos, a peça baseada na vida e obra do pintor e poeta paraense Ismael Nery acaba de vencer um dos mais disputados editais artísticos do país, o Caixa Cultural, coordenado pela Caixa Econômica Federal. A vitória permitirá que a montagem seja apresentada em Brasília, no final do ano. Uma crescente e notável esteira de sucesso já garantiu à obra apresentações em Santa Catarina (como espetáculo convidado do Festival Brasileiro de Teatro, representando a região Norte), São Luís, Recife, Natal e Camaçari, na Bahia (dentro da Caravana Funarte Petrobras de Circulação Nacional). "Estamos extremamente felizes. Essa nova vitória coloca mais uma vez a produção teatral paraense no mapa nacional. Isso apenas comprova que nosso teatro nunca deveu nada ao que é produzido em outras regiões", comenta Paulo Santana.
Na lista de produções contempladas com o Caixa Cultural na categoria teatro, o grupo Palha divide cena com grandes companhias e entidades brasileiras, como o Grupo Teatral Lauro Góes, a Patrícia Travassos Produções, a Tapa Produções Artísticas, Renato Borghi Produções Artísticas, CAL e a Cooperativa Paulista de Teatro. "É uma alegria ver um trabalho criado com tanto carinho e esforço ganhar tanto destaque. Fico feliz por saber que essa peça tem ajudado o país a redescobrir esse gênio paraense chamado Ismael Nery", afirma o autor, Carlos Correia.
O enredo – Resultado de cinco anos de pesquisa, Nu Nery mergulha na vida e obra do poeta e artista plástico Ismael Nery (interpretado por Luiz Fernando Vaz). A trama gira em torno das relações afetivas e intelectuais que o artista paraense, hoje mundialmente aclamado, travou com sua esposa, a célebre jornalista carioca Adalgisa Nery (Abigail Alves), e com o famoso poeta mineiro Murilo Mendes (Leonardo Cardoso). "Escrever essa peça foi uma das experiências mais significativas que já vivi", conta Carlos, que teve de enfrentar o grande obstáculo da falta de registros locais. "Há muito pouco material sobre Ismael na região em que ele nasceu. Tive de usar muitas fontes. Aproveitei viagens ao Rio e a São Paulo para ter acesso a informações mais sólidas